Inmetro e Fiocruz revelam os efeitos da infecção pelo novo coronavírus nas células

Inmetro e Fiocruz revelam os efeitos da infecção pelo novo coronavírus nas células
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Inmetro e Fiocruz revelam os efeitos da infecção pelo novo coronavírus nas células

Inmetro e Fiocruz revelam os efeitos da infecção pelo novo coronavírus nas células

Você também ficou impressionado com as imagens do novo coronavírus em ação? O Núcleo de Laboratórios de Microscopia do Inmetro (Nulam) tem apoiado pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o SARS-CoV-2. Um dos resultados desta parceria são as imagens acima, com ampliação de até 200 mil vezes, que mostraram alterações na estrutura celular do hospedeiro, revelando os efeitos da infecção pelo vírus nas células. Essas alterações poderiam ser uma estratégia do vírus para maximizar o processo de infecção. 

O Dr. Braulio Archanjo, chefe do Nulam e um dos participantes na pesquisa, destaca que as imagens foram realizadas em um microscópio de feixe de hélio, o único disponível no Brasil. O Inmetro possui um dos mais avançados laboratórios de microscopia eletrônica do país e, através de seus equipamentos, tem apoiado pesquisas de diversas instituições, no modelo multiusuário.  
 
Essas alterações visualizadas nas células podem ser uma das estratégias do vírus para maximizar o processo de infecção, de acordo com  a coordenadora da pesquisa, Dra. Debora Ferreira Barreto Vieira, do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral (LMMV) do IOC da Fiocruz: “Os prolongamentos de membrana participam do processo de liberação das partículas virais que se replicam no interior das células infectadas. Além disso, promovem comunicação intercelular, que acreditamos estar relacionada com a transferência de partículas virais para as células adjacentes, maximizando, assim, o processo de infecção”. 
 
Estas imagens são resultados preliminares do projeto de pesquisas intitulado “Estudo da morfologia, morfogênese e patogênese do SARS-CoV-2 em sistemas in vitro, in vivo” coordenado pela Dra. Debora Ferreira Barreto Vieira, do Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral (LMMV) do IOC da Fiocruz e sob a colaboração dos pesquisadores Marcos Alexandre Nunes da Silva e  Arthur da Costa Rasinhas do LMMV; Milene Dias Miranda, Maria Eduarda Monteiro e Marilda Siqueira do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, IOC, Fiocruz; e Wendell Girard Dias, da Plataforma de Microscopia Eletrônica Rudolph Barth.
 
Pelo Inmetro, fazem parte da pesquisa os pesquisadores Braulio Archanjo e Willian Silva, do Nulam. Archanjo destaca que, atualmente, o laboratório tem recebido recursos do próprio Inmetro, do Sisnano (MCTI), SOS Finep e Rede Fluminense de Nanomateriais e Nanobiosistemas da Faperj.
 
Imagens:
 
- Imagem 1: Após 48 horas de infecção pelo novo coronavírus, as células Vero  (derivadas de macacos, em verde) apresentam prolongamentos de membrana, que promovem comunicação com células vizinhas. Em azul, estão as partículas do novo coronavirus, observadas na superfície celular.

- Imagem 2: A imagem permite observar conexão entre células (verde) através de prolongamentos de membrana e a presença de partículas virais (em azul) na superfície.
 
- Imagem 3: Fotografia mostra a alteração da estrutura das células após 72 horas de infecção pelo novo coronavírus, incluindo a presença de inúmeros prolongamentos.